Mente aberta e chegar devagarzinho

Chega a ser engraçado que durante a adolescência aprimoramos uma habilidade fundamental para a vida inteira: a de entrar na mente de alguém e conseguir o apoio daquela pessoa.

É só pensar em todos os passeios com amigos que os pais teimavam em dizer que você não ia e no final conseguia convencê-los a deixar, ou nas ‘loucuras’ que queria aprontar como pintar ou fazer uma tatuagem e magicamente conseguia mudar o severo “não” para o amigável “sim”.

Em qualquer situação ou fase da vida existe algum momento onde persuadir alguém a seu favor é necessário (e nem sempre envolve algo “maligno” como se imagina). Vamos praticar a habilidade necessária para isso?

Chegar devagarzinho

Voltando ao exemplo que dei da adolescência, imagine que você voltou ao início da adolescência e precisa convencer seus pais a autorizarem sua ida a um show.

Chegar falando algo como “todo mundo vai” já está comprovado que não funciona e qualquer aproximação agressiva para vender a ideia de sua ida também não.

Por isso que o melhor é chegar devagarzinho e ir convencendo aos pouquinhos mostrando que o lugar é seguro e não há perigo algum em ir mesmo que seja com os outros amigos adolescentes.

 A aproximação amigável é bem mais efetiva na hora de persuadir alguém do que a violenta que já se chega chutando a porta com cinco pedras em cada mão.

Se existe a necessidade de convencer alguém a algo é porque essa pessoa está inclinada a colaborar, mas ainda tem a mente fechada para a ideia ou alguma insegurança.

Usar argumentos antes de abrir a mente do outro para a ideia é o mesmo que falar com uma parede: diga o que quiser, ninguém irá te ouvir ou responder.

Mudança de consciência

Reflita comigo, se é difícil explicar para os seus avôs como o Tinder funciona imagine explicar as tendências malucas que vivemos e convencê-los a aceita?

As gerações anteriores têm dificuldades para aceitar muitas mudanças que para nós são comuns e isso não é culpa deles, muitos tabus foram quebrados e outros criados pelas gerações que surgiram e fica complicado acompanhar tudo o que acontece até para os mais jovens.

Antes de tentar persuadir alguém deve-se levar em consideração as crenças daquela pessoa e buscar maneiras de associa-la ao que você diz para quebrar a barreira da “mente fechada”.

Como disse antes, não adianta quebrar chegar chutando a porta e esperar por uma recepção amigável.

Primeiro “abra” a mente da outra pessoa de forma que ela entenda que ter a mente aberta não significa que ela irá aceitar tudo, como prega o clichê. Alguém com a mente aberta ouve atentamente a diversas opiniões e as julga de forma mais imparcial.

Mostrar vantagem

“Mostrar vantagens só para persuadir alguém é errado porque engana a pessoa.”

Opa, calma lá!

A persuasão é como uma faca: pode ser um simples utensilio doméstico ou arma, depende de quem a usa.

Usar persuasão para algo não significa obrigar ou enganar o outro para fazer algo que você queira, muitas vezes a pessoa já está pré-disposta a fazer aquela ação e necessita só de um empurrãozinho final que pode ser a persuasão.

Várias vezes é necessário entrar na mente de alguém e pensar em quais motivações poderiam levar aquela pessoa a realizar a ação que você deseja e para isso se apresentam vantagens.

Vantagem vai além do financeiro, pode ser que aquilo agregue autoridade ou conhecimento, por exemplo. O fato é que todos carregamos desejos e muitas vezes não tomamos coragem de pô-los em prática, termina sendo a persuasão de alguém que nos faz tentar.

A habilidade chegar devagarzinho em alguém ou persuadir essa pessoa é uma das que será diferencial no futuro profissional. Se você acha que ainda só isso não basta, tente por em prática essas dicas de como melhorar sua oratória.