Pergunta difícil, prometo respondê-la da forma mais rápida e curta como você jamais viu (em respeito ao seu tempo que, sim, eu sei que está corrido)!
Mas antes, para o caso de você leitor ser um educador calmo (raro), tranquilo (muito raro) ou buscando por informações mais completas (isso, sim, é bem bom) eu prometo também que depois da resposta mega-rápida virá algo mais consistente, ok?! Então vamos lá:
“Meu filho não me obedece! Como posso fazer com que ele me ouça?”
Resposta mega-rápida: OUÇA-O! #justdoit
Simples assim. Ok, obrigada pela leitura tão concentrada que você acaba de dedicar ao suposto artigo mais curto que já leu. Para você, leitor-educador com pressa, o meu até breve.
Para você, leitor-educador calmo (raro), tranquilo (muito raro) ou buscando por informações mais completas (isso, sim, é bem bom), seguem informações complementares.
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Primeiro: Pare de exigir que seu filho te obedeça.
A obediência é algo de fundamentação ignorante. Ou seja, quem obedece não pensa, não critica, não questiona. Apenas obedece! E isso é grave: gravíssimo!
Já pensou no dia em que uma pessoa com suposta autoridade, como pode ser o caso de um professor (maluco), disser para seu filho: “atire-se da janela”, e o seu filho simplesmente obedecê-lo? Seria triste e trágico, não?!
“Nossa, Bianca, mas que exagero! Isso não vai acontecer.”
Ok. A chance disso acontecer é rara, mas era só para te chocar mesmo.
Agora vou relatar dois casos beeeeem comuns de obediência que resultam em situações tão ou mais trágicas:
1. Abuso sexual: a criança obedece cegamente um adulto, sem questionar o que ele lhe pede para fazer ou sem ter coragem para encontrar um jeito de sair daquela situação por temor da consequência.
2. Abuso moral: a criança não só aceita como acredita que não é merecedora de respeito, porque aprendeu a não questionar o que um adulto lhe diz.
“Nossa, isso é grave mesmo, Bianca! E se eu então dizer a ele que o correto é ele obedecer somente ao papai e a mamãe?!”
Desculpa, mas você precisa dessa resposta: “Uau! Você se acha mesmo o dono da verdade, hein?”
Bem, a verdade é que toda criança tem um rigoroso senso de justiça que é inato, segundo Maria Montessori.
A criança não vai entender porque ela deve obedecer só às pessoas A e B e não as C e D, isso vai confundi-la ainda mais e ela, fatalmente, aprenderá a atender um pedido sem criticar.
Mas, ok: vamos supor que algo mágico e raro aconteça na mente desta criança que ainda não tem 5 anos e ela compreenda que só deve obedecer a você e mais ninguém. Isso quer dizer que todas as vezes que você disser “Que criança levada que você é, não devia ter feito isso” ou “Você sempre faz essa coisa feia, já pedi para não fazer isso” ou ainda “Não aguento mais você, que chato” a criança irá mentalmente de obedecer e tomar como verdade-verdadeira-e-inabalável todas essas afirmações.
Ou seja, ela não compreenderá que você falou isso num momento de raiva ou de impaciência, porque ela não aprendeu a criticar e questionar a sua fala. Ela aprenderá essas crenças limitantes e isso marcará seu desenvolvimento emocional, com graves sequelas para a constituição de sua autoestima e de sua realização pessoal e profissional.

Aprenda a desenvolver e incentivar a criatividade natural das nossas crianças.

É possível através de técnicas simples resolver qualquer problema ou desafio de forma criativa e inovadora.


a aprendizagem?

O que a esteira rolante, o cinto do batman e a cauda longa podem nos ensinar sobre a aprendizagem?

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ACESSAR DEGUSTAÇÃOSegundo: Troque a energia que você gasta fazendo a criança te obedecer pela dedicação em ouvi-la mais vezes e com mais frequência.
A criança será mais parceira sua e terá mais abertura para compreender o que você fala se você tiver a mesma atitude para com ela.
O que será que a criança está querendo dizer quando faz birra ou se recusa a “atender” o que você lhe pede? Já perguntou isso para ela?
Ela pode ter uma boa razão para, por exemplo, se recusar a cumprimentar sua professora ao chegar na escola ou pode ter motivos bastante sensatos para não convidar o filho da sua melhor amiga para o aniversário dela. Que tal conversar? Que tal OUVIR?
Quanto mais tempo, paciência, carinho e dedicação para COMPREENDER o ponto de vista da criança você tiver, mais você irá educá-la a agir da mesma forma com você e com os outros a sua volta.
Para os leigos, essa criança parecerá a criança mais obediente do planeta terra. Mas, para você — leitor educador calmo (raro) tranquilo (muito raro) ou buscando por informações mais completas (isso, sim, é bem bom), que já sabe que o termo correto não é “obedecer” já que isso não leva ninguém a nada realmente inteligente — a criança estará simplesmente refletindo o exemplo que você dá ela, se formando uma cidadã crítica e empática!
“Tô achando o máximo esse papo e vou já colocar em prática para ver se funciona mesmo!”
Bem, vale ressaltar: se você nunca teve o hábito de ouvir a criança, tenha paciência.
Ela não vai apresentar nenhum resultado positivo nas primeiras vezes que você se dedicar a ouvi-la, muito menos quando começar a conversar com ela em vez de exigir que ela lhe obedeça simplesmente. Pode ser que isso demande um bom tempo até que você colha bons frutos.
Mas lembre-se, a qualidade desses frutos compensará cada segundo de tempo e cada instante de paciência que você investir neste sentido!

Terceiro: A criança obediente é menos Criativa.
Se acabamos de reconhecer que a criança obediente é menos crítica e pode ter comprometida a sua autoestima, logo teremos uma criança menos confiante para permitir-se criar e, ainda, menos corajosa para expor suas ideias.
Se você aprendeu algo novo com este texto e se motivou a conhecer ainda mais sobre este complexo universo da educação, dá uma olhadinha na nossa série Que Filhos Você Quer Deixar Para o Mundo!
Sou psicóloga clínica, arteeducadora e arteterapeuta apaixonada por Criar Crianças Criativas (e de formas criativas), com o que trabalho há 17 anos. Sou mãe da Elisa e do Felipe (a caminho), sem o menor interesse de "fechar a fábrica" agora. Curto demaaais praticar com meus filhos (ou nas famílias com as quais trabalho) o que estudo e o que prego porque detesto teorias vagas. É, sim, um hardwork mas vale cada segundo de investimento. Amor, Limite e Liberdade Criativa é o tripé que sustenta minha família e meu trabalho.